terça-feira, 23 de abril de 2024

Alentejo - Acolheu cerimónia da Semana Europeia da Vacinação em Arronches


 

A Direção-Geral da Saúde (DGS), com o apoio da ULS do Alto Alentejo e da Câmara Municipal de Arronches, promoveu esta manhã de 23 de abril de 2024 a Cerimónia de abertura da Semana Europeia da Vacinação 2024 – “Vacinas: A Proteger Gerações”.


Um evento que teve lugar no Convento de Nossa Senhora da Luz, em Arronches.


Na Cerimónia, que teve início no Cento de Saúde no Bairro de Santo António, incluiu uma visita ao Centro de Saúde local de Arronches, logo ao início da manhã, local onde foi apresentado o Relatório Anual da Vacinação 2024, que ilustra as conquistas da vacinação durante o ano de 2023.


A abertura dos trabalhos no Convento de Nossa Senhora da Luz, esteve a cargo do presidente da Câmara de Arronches, João Crespo, seguindo-se intervenções de personalidades relevantes do setor da saúde nacional e do Alto Alentejo, como o presidente do Conselho de Administração da ULS Alto Alentejo, Joaquim Araújo, a diretora-geral da Saúde, Rita Sá Machado, a coordenadora do Programa Nacional de Vacinação da DGS, Teresa Fernandes, entre outras.


O programa contou ainda, com a apresentação do estudo “Preditores e Barreiras da Vacinação”, realizado pela DGS com a unidade de investigação HEI-Lab – Universidade de Lusófona, e com uma Mesa Redonda “A Proteger Gerações”, com participação de intervenientes responsáveis pela operacionalização local da vacinação, ao nível da saúde e da educação.


A Semana Europeia da Vacinação 2024, promovida pela Organização Mundial de Saúde na Europa (OMS Europa), é assinalada entre os dias 21 a 27 de abril de 2024, para celebrar os sucessos e a capacidade da vacinação em manter várias gerações protegidas contra doenças evitáveis, permitindo que pessoas de todas as idades vivam vidas mais plenas e saudáveis.


Ao longo da semana, a DGS irá publicar materiais que visam sensibilizar para a importância de ser mantida a vacinação em dia, de acordo com o esquema recomendado em vigor, mitigando riscos e salvaguardando mais proteção individual e coletiva, mais saúde e mais vida.

Fotos/ Emílio Moitas 










 

sábado, 20 de abril de 2024

Alentejo – O ganadeiro no código de posturas de 1752 em Arronches



Antigamente no Alentejo, a profissão de ganadeiro (maioral), era reservada a homens robustos que conseguissem resistir à solidão da charneca ou ás noites de Inverno passadas ao relento e ao terrível sol dos meses de verão, que queima como fogo e que por vezes há que aguentar sem uma única sombra a servir de abrigo.


Em geral, a profissão de pastor / maioral era como que hereditária, transitando de pais para filhos. Era profissão para toda a vida, como que uma sina que, por vezes, os azares da vida ou o amor de uma mulher conseguiam interromper.

 

A pastorícia foi atividade tradicional com peso na economia do concelho de Arronches d’outrora, com destaque para gado suíno, ovino, bovino ou caprino. 


 Em Arronches os ganadeiros ou maiorais recebiam diferentes designações, tais como Porqueiro, Vaqueiro, Cabreiro ou Pastor, acompanhados pela ajuda, geralmente um rapaz ainda jovem e alguns rafeiros alentejanos eram responsáveis por rebanhos por vezes constituídos por largas centenas de cabeças de gado.

 

No Código de Posturas da Comissão Administrativa da Câmara Municipal, datado de 14 de outubro de 1752 a Comissão Administrativa da Câmara Municipal de Arronches, referia que os ganadeiros:

 

“Puseram por postura que todo o ganadeiro que for achado nesta vila depois de sol-posto terá de coima quatrocentos e oitenta reis e dez dias de cadeia, isto se entenderá se vier sem licença de seu amo”.

 

Como se pode observar por este antigo Código de Posturas, era sobre as classes mais pobres que pesava o trabalho mais duro e mais mal pago (trabalhadores rurais, pastores e tratadores de gado) não tinham qualquer direito. Trabalhavam de sol a sol em condições duríssimas, no caso dos ganadeiros nem depois do sol-posto podiam abandonar o rebanho sem autorização do patrão.

 

Esta situação arrastou-se durante séculos e nem os governos republicanos como os da Ditadura saída do 28 de maio de 1926, lhes garantiam o mínimo direito a um dia de descanso semanal.


A jornada de 8 horas de trabalho nos campos só foi conquistada em 1962, após uma luta determinada, levada a cabo nos campos do Alentejo.

 

Atualmente a profissão de ganadeiro (maioral) que diariamente acompanhava o rebanho e evitava que os mesmos invadissem searas ou propriedades alheias, está quase extinta no Alentejo, cercas de arame farpado ou elétricas, assim como veículos todo o terreno, substituíram os pastores.


Abandonados à sua sorte privados do saber e dedicação do ganadeiro, os animais são vítimas de inúmeros acidentes que na maioria dos casos lhe provocam a morte por falta de assistência.

 

Figura incontornável dos campos alentejanos de outrora os ganadeiros são ainda referência na literatura oral, a começar pelo adagiário e cancioneiro popular refere que:

 

“Fui fazer uma viagem,

De Vendas Novas aos Pegões,

Para comprar umas peles,

Para fazer uns ceifões.”

 

Ou ainda:

 

Tod’a vida gardê gado,

E sempre fui ganadêro,

Uso cêfoes e cajado,

E pelico e caldêra.”

 

A dificuldade do ganadeiro em encontrar esposa com quem partilhar uma profissão dedicada exclusivamente ao rebanho pode ser constatada nestas simples quadras:

 

“Já não há quem queira dar

Uma filha a um pastor.

É que casar, hoje em dia,

É só bom p’ró lavrador.”

 

“Toda a vida guardei gado,

Toda a vida fui pastor,

Deixei botins e cajado

Por via do meu amor.”

 

Já se está o sol a "pôri"

Para trás do cabecinho

Bem quisera o nosso amo

Prendê-lo com um baracinho.

 

 Bibliografia:

 

Picão, José da Silva. Através dos Campos (2ªed.). Neogravura, Limitada. Lisboa, 1941

 

Conde, de Ficalho. O elemento árabe na linguagem dos pastores alentejanos. Revista “A Tradição”. Serpa. Série I - Ano I (1899)

 

Capela, e Silva, J. A. A linguagem rústica no concelho de Elvas. Revista de Portugal. Lisboa, 1947.

 

Nisa, Câmara municipal. O descanso semanal no concelho de Nisa será nos termos do Dec.de 8 de março de 1911, nº 5516 de 4 de março de 1919, 10782 de 20 de maio de 1925, 13788 de 9 de junho de 1927.

 

Pires, A. Tomaz. Cantos Populares Portuguezes. Vol. IV. Typographia e Stereotipía Progresso. Elvas, 1912.

 

Arronches, Câmara Municipal, Código de Posturas – 14 outubro 1752.

 

Fortios, Rancho Folclórico, Recolhas de tradições, usos e costumes de outrora.


Texto/fotos / Emílio Moitas 




 

quinta-feira, 18 de abril de 2024

Alentejo – No "Dia Internacional dos Monumentos e Sítios" destacamos a epígrafe dedicada a Mercúrio encontrada em Arronches


 Epígrafe dedicada a Mercúrio encontrada no antigo Porto das “Carninhas” em Arronches


Pequena ara encontrada no decurso de trabalhos agrícolas no sítio arqueológico de Porto das Carninhas. Foi localizada numa pequena elevação onde se encontram materiais arqueológicos, antes da travessia do rio Caia, no local onde se presume ter existido uma antiga ponte romana, que pertenceria ao itinerário da via XIV.


Esta epígrafe dedicada a Mercúrio, tem a particularidade de ainda conservar as letras em chumbo.


Guarda-se atualmente em instalações do Município de Arronches no antigo Posto de Turismo do edifício da fortaleza.


Saiba mais em: https://dspace.uevora.pt/rdpc/handle/10174/22245


Fonte:

Carneiro, André (2017) Epígrafe proveniente de Porto das Escarninhas (Arronches). Ficheiro Epigráfico 150, nº 606, Coimbra, IAFLUC.


"Dia Internacional dos Monumentos e Sítios 2024"


Mais de 200 iniciativas vão assinalar, entre os dias 17 e 21, o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios - que se celebra a 18 de abril.


Entrada livre e horários alargados em mais de 100 monumentos e mais de 200 atividades um pouco por todo o país. Assim se celebra o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios, comemorado a 18 de abril, e que este ano tem como mote as "Catástrofes e Conflitos à Luz da Carta de Veneza", numa referência ao documento aprovado em maio de 1964, no decorrer do II Congresso Internacional dos arquitetos e Técnicos dos Monumentos Históricos, que se reuniu na cidade italiana, sobre a Conservação e o Restauro de Monumentos e Sítios.


O Dia Internacional dos Monumentos e Sítios foi instituído em 18 de abril de 1982 pelo ICOMOS e aprovado pela UNESCO no ano seguinte. A partir de então, esta data comemorativa tem vindo a oferecer a oportunidade de aumentar a consciência pública relativamente à diversidade do património e aos esforços necessários para o proteger e conservar, permitindo, ainda, chamar a atenção para a sua vulnerabilidade.


Representando um momento anual de celebração da diversidade patrimonial, pretende-se que o dia 18 de abril funcione como um marco comemorativo do Património Cultural Nacional, mas que celebre, igualmente, a solidariedade internacional em torno da salvaguarda e da valorização do Património Cultural de todo o mundo.

Fotos/ Emílio Moitas





 

quarta-feira, 17 de abril de 2024

Arronches – Vem aí o I Festival de Migas no Celeiro


É já este sábado dia 20 de abril, que Arronches vai acolher o "I Festival de Migas", a partir das 20h00, no edifício 'O Celeiro'.


Um evento gastronómico com prova de migas e animação musical com organização: Associação Freestyle Iceshow Arronches.


Para mais informação consultar programa em anexo.

 

segunda-feira, 15 de abril de 2024

Alentejo – Livro bilingue com receituário gastronómico raiano apresentado em Portalegre

A Escola de Hotelaria e Turismo de Portalegre foi o local escolhido para a Confraria Gastronómica do Alentejo, apoiada pelo estabelecimento educativo, lançar o mais recente projeto editorial, “Comeres Raianos”. Um livro bilingue que é uma homenagem ao receituário de fronteira e procura, desta forma, ser um documento que servirá para manter vivas estas receitas que, em alguns casos, apenas eram transmitidos através da oralidade.


Um evento que aconteceu recentemente e que contou com a presença da Drª Graça Pacheco de Carvalho, do provedor da Confraria Gastronómica do Alentejo, José Casas Novas, e a diretora da Escola de Hotelaria e Turismo de Portalegre, que apresentaram o mais recente projeto editorial da organização que promove e procura preservar a tradição e os saberes relacionados com a gastronomia alentejana, “Comeres Raianos”.


O livro, preparado nos últimos anos, promove uma viagem pela raia e resulta de um trabalho aturado de recolha do receituário raiano, seja no Alentejo, do lado português, seja na Extremadura e na Andaluzia, do lado espanhol. “A preocupação durante a organização e o desenvolvimento deste livro que, entretanto, se tornou uma realidade, foi garantir que este receituário tão específico fica documentado e tem, assim, mais garantias de continuar a respeitar as suas origens, as suas razões e, também, as tradições associadas. Sabemos que a gastronomia é um reflexo das realidades social, económica e cultural das regiões e não temos dúvidas que, na raia, existe um legado culinário e gastronómico que deve ser preservado”, explicou o provedor da confraria.


O projeto desenvolvido pela Confraria Gastronómica do Alentejo contou com a colaboração da Escola de Hotelaria e Turismo de Portalegre. Vários alunos e formadores participaram na produção do livro e na confeção de inúmeras receitas.



 

sábado, 13 de abril de 2024

Alentejo - exposição comemorativa dos “50 anos de Abril” em Arronches para ver no convento


A exposição "Um olhar sobre o 25 de Abril em Arronches", foi inaugurada, na passada tarde quinta feira, dia 11 de abril, pelas 18h00, nos claustros do Convento de Nossa Senhora da Luz, na vila de Arronches, pelo presidente da Câmara, João Crespo, e contou com diversas atividades com a participação dos alunos do Agrupamento de Escolas.


Uma mostra organizada pelo município de Arronches e que se insere no programa de atividades que revivem os "50 Anos da Revolução dos Cravos em Arronches", e que conta com a colaboração do Agrupamento de Escolas, Instituições de Solidariedade Social do Concelho e professor Daniel Balbino. 

 

A exposição, comemorativa dos 50 Anos do 25 de Abril de 1974, pode ser visitada até ao dia 30 de abril, das 10h00 a 13h00 e das 14h00 a 18h00 - Encerra á segunda feira e feriados.


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Fotos/ Emílio Moitas 












 

quinta-feira, 11 de abril de 2024

Arronches – "Abril Azul" sensibiliza para a Prevenção dos Maus Tratos na Infância


No âmbito do mês da Prevenção dos Maus Tratos na Infância, o Município de Arronches associa-se à CPCJ “Comissão de Proteção de Crianças e Jovens”, e ilumina o Convento de Nossa Senhora da Luz a azul até ao final de abril.


A “Campanha do Laço Azul” iniciou-se em 1989, nos Estados Unidos, quando uma avó amarrou uma fita azul à antena do seu carro, provocando a curiosidade da comunidade, para alertar para a trágica história sobre maus-tratos à sua neta, os quais já tinham morto o seu neto de forma brutal.


E porquê azul? A avó não queria esquecer os corpos batidos e cheios de nódoas negras dos seus dois netos. O azul era um lembrete constante para a sua luta na proteção das crianças contra os maus-tratos.